sábado, 18 de dezembro de 2010

Crônicas

O amor acaba- Final

                Paulo Mendes Campos

...E acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba  e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverbando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes  o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.


Beleza atrai. Conteúdo convence.

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